09 outubro 2007

Polícia desaloja Ocupação Cultural no DF


Okupar, resistir y sonhar!

No dia sete de setembro de 2007 o Coletivo de Resistência Anarcopunk (krap) junto a outros grupos/indivíduos da Convergencia de Grupos Autônomos (CGA) deu início a mais uma empreitada, a ocupação de um prédio na Asa sul, centro de Brasília, onde se começava a construir um espaço cultural. O prédio estava desocupado há mais de 12 anos.

Esta ocupação nasce de uma luta histórica do movimento anarcopunk em transformar espaços vazios em lugares vivos e ativos, além de, tambem fazer parte de uma nessessidade de um espaço físico por parte dos grupos autônomos, para que assim avancemos na luta. E é assim que nasce a okupação "Casa de las Pombas". Nesse quase um mês, a casa já abrigou reunião de diversos grupos, dentre várias outras atividades.

Depois de pouco mais de um mês de ocupação, o batalhão tático da polícia federal invadiu a casa armada com metralhadoras, revirando todos os móveis e pertences pessoais e coletivos, apreendendo materiais impressos e drogas que não estavam lá antes. Depois da invasão e da revista, cinco malabaristas latino-americanxs, que utilizavam o espaço cultural como moradia, foram levadas pra inquérito na sede da PF. A única pessoa brasileira que estava na casa no momento foi levada pra uma delegacia da polícia civil e também foi interrogada. Durante o interrogatório o delegado repetiu várias vezes que o banco Itaú, que abandonou o imóvel há quase 10 anos, estava com pedido de reintegração de posse. Pelas duas da manhã todas as pessoas já tinham sido liberadas e numa assembléia extraordinária resolvemos resistir no local pelo menos até que o pedido de reintegração chegasse oficialmente, dispost@s a levar a luta pro campo jurídico se fosse necessário.

Algumas pessoas passaram a noite na Okupa. No dia 9/10, às 10:00, a Polícia Federal e Civil invadiram o local e levaram presas as dez pessoas que ali ocupavam. Até às 17:00 elxs ainda permaneciam presos na 1ª DP e, absurdamente, estão sendo acusados de formação de quadrilha. Se o advogado do grupo não conseguir o habeas corpus elxs podem passar a noite na prisão.

Okupamos sim! Pois faz todo sentido okupar porque esse prédio estava abandonado, vazio e sem vida e nós o transformamos em um lugar vivo e ativo necessitavamos de espaço para os nossos sonhos, um espaço longe da intervenção da polícia, da regulção do governo, um território autonomo, anti-autoritário, horizontal, independente, anticapitalista, autogerido um lugar onde possamos criar novas relações, isto é um espaço anarquista,livre que se aproxime mais dos mundos que estamos tentando construir que contemple toda a diversidade possível.
Esse pretende ser um espaço de agregação mais um lugar de luta e não um fim em si mesmo ou uma simples ocupação de moradia. Nossas inspirações vem de Oaxaca, da assembléias de okupas de barcelona, das fabricas okupadas na argentina, da luta pelo direito a terra, dos territórios Zapatistas, dos movimentos dos sem teto, dos quilombos, dos krakers holandeses, dos espaços insurgentes da América latina, da fina flores do asfalto.

Via Radiola DF



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